quinta-feira, 31 de março de 2016

Linguagem pessoal, clássicos e tradução

Para enriquecer a linguagem pessoal é importante ler livros clássicos no idioma em que foram escritos, evitando traduções. Assim, deve-se ler primeiramente os clássicos do português, como Os Lusíadas de Camões, Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis e Mensagem de Fernando Pessoa, apenas para citar três. O estudante que domine outro idioma, como inglês ou francês, poderá ler Shakespeare ou Baudelaire, e assim por diante. Deve ser assim, porque na tradução muitos recursos da língua original se perdem por impossibilidade. Não é possível repetir a musicalidade de certos poemas, as sugestões e nuances de significado de certos romances e a harmonia de certos prosadores. A tradução inevitavelmente empobrece o texto original, fornecendo ao leitor apenas alguns aspectos dele. A situação se complica ainda mais quando o tradutor é ruim e deforma até mesmo o sentido que o autor deu ou implanta num idioma a sintaxe e outros elementos estranhos a ele, que, não obstante, ficam bem na língua de origem. Não é raro, por exemplo, certos tradutores trasladarem para o português a sintaxe do inglês, gerando monstruosidades linguísticas.

Três tipos de escritores

Schopenhauer dizia que há três tipos de escritores: os que escrevem sem pensar, os que pensam quando escrevem e os que pensam antes de escrever. Os primeiros são os mais frequentes, não vale a pena lê-los. Os segundos, menos fáceis de achar, são como os caçadores que saem ao léu em busca de uma presa qualquer; pode ser que a encontrem ou não. Por fim, os terceiros, muito raros, são os verdadeiros escritores, comparáveis a caçadores que vão atrás de presa certa, cercando-a de um modo tão perfeito que não há como escapar. Esses são os que merecem ser lidos.

terça-feira, 29 de março de 2016

De cinzas

Estamos sempre querendo ser alguma coisa, através dos estudos, do trabalho ou de qualquer outro meio, mas, no final das contas, somos pó e ao pó tornaremos. 
Vivemos entre a necessidade de se esforçar para conquistar novos patamares e a certeza de que tudo o que fizermos será pequeno demais perto do que é sumamente importante. Quem fez algo de definitivo foi Cristo e nós não precisamos nos preocupar em fazer aquilo que está além do nosso poder. Deus não exigiria isso de nós. Temos que fazer o nosso dever e confiar que Ele dará o melhor encaminhamento de tudo. Como dizem as Escrituras, Ele conhece a nossa estrutura e lembra que somos pó.

A invasão dos bárbaros

A sociedade brasileira está se tornando um território com cada vez mais doentes psiquiátricos, analfabetos funcionais, briguentos, incivilizados, bárbaros, rixosos, desrespeitosos e fracos. Gente incapaz de compreender a nossa fala no nível descritivo, encarando tudo como tomada de posição, enfrentamento, ordem, ideologia, oposição, jamais olhando para a realidade que as palavras apontam. No sentido mais estrito do termo, são pessoas estúpidas, porque suas mentes estão em estupor.

Ungidos e escolhidos

Achar-se um escolhido de Deus, que tem uma missão maior do que o resto das pessoas é lisonjear-se. Gente que pensa assim às vezes precisa enfrentar o fracasso ao tentar fazer coisas realmente grandes para perceber de fato quem é: um ser humano comum como qualquer outro, que precisa se esforçar muito para fazer pouco. Quem percebe que não merece nenhuma atenção especial da parte de Deus e que, não obstante, recebe Dele oportunidades valiosas está mais fincado na realidade do que aqueles que se julgam ungidos e escolhidos.
Não estou falando que cada um não tenha a sua missão na vida, que, como ensinou Viktor Frankl, é aquilo que só você pode fazer, mais ninguém. Pelo contrário. Acontece que isso é comum a todas as pessoas.

A Hora dos Ruminantes de José J. Veiga


"A hora dos ruminantes" de José J. Veiga é um símbolo daqueles momentos turbulentos e esquisitos que vêm na vida de cada um, levam-no a acreditar que é o fim, mas desaparecem com a mesma sem explicação com que apareceram, ficando depois a necessidade de reavaliar a vida, pesar os estragos, esperar que certas marcas desapareçam e conviver com outras permanentes.

Petismo e Revolução Cultural

Não adianta o Lula ser preso e os professores nas universidades continuarem estupidificando os seus alunos. Não adianta a Dilma sofrer o impeachment e nas igrejas padres e pastores seguirem fazendo a cabeça dos fiéis com discursos marxistas. Não adianta acabar com o PT e não resolver o problema do semianalfabetismo de 50% dos universitários brasileiros. Dessa maneira, o petismo sai, mas a revolução cultural permanece.

ENTRADA TRIUNFAL

As mãos abençoando os pequeninos,
Os grandes e anciãos que se prostravam,
Depositando mantos pouco finos
Aos pés do Salvador que triunfavam.
A multidão exalta o Rei dos Céus
E diz benditas glórias e louvores,
Embora se remordam fariseus,
Internamente ardendo de rancores.
Triunfo, glória, força e autoridade, 
Poder, beleza, amor e imensa graça;
Vê nos olhos supremos humildade
O povo que se alegra quando passa.
E os céus estão em festa jubilosos.
Gargalham anjos novos e os arcanjos
Importantes, altivos, poderosos
Exaltam o Senhor com outros anjos.

Jelcimar Luiz Rouver Júnior

Cópia e expressão

A cópia de textos e a expressão criativa dos pensamentos são atividades complementares e importantes para o crescimento do domínio verbal e das idéias. 
A cópia é um trabalho de absorção, leitura, sendo receptiva, enquanto a escrita expressiva é organizadora, criativa, produtiva. 
Muitos textos copiados e memorizados se acumulam na memória de maneira confusa ou desordenada. Quando, porém, a pessoa se põe a expressar esses conhecimentos acumulados, ela exerce um empreendimento ordenador, racionalizador, clarificador, resultando em um sentimento de leveza psíquica. 
Por isso, é muito importante ter um caderno de cópia e de pensamentos, como um diário de idéias.

Estudos e humor

Para ter uma mente saudável, desfibrilada, não engessada por causa dos estudos sérios e das notícias tristes, é importante colocar, entre as leituras dos grandes clássicos e dos jornais, livros e revistas de piada, pois o humor renova a força psíquica.

Estudos, realidade e loucura

Muito estudo pode enlouquecer se não vier acompanhado de um permanente confronto com a realidade e um contínuo ordenamento da consciência. Um sujeito que lê muitas teorias políticas, mas não faz nunca a atualização delas para a realidade presente brasileira, interpretará o que está acontecendo à luz de esquemas inaplicáveis, o que resultará num discurso totalmente delirante, louco, pinel mesmo.

Nietzsche e a obstinação

Nietzsche via na obstinação uma virtude. O homem que não tem medo de fazer o que quer e que não se arrepende depois de fazê-lo. Mas isso é uma loucura. É preciso voltar atrás para não continuar se fodendo.

Conhecimento, relativismo e universidade

Nenhum homem pode conhecer toda a verdade universal, evidentemente, pois quem a conhecesse seria onisciente, mas isso não implica a impossibilidade de conhecimento verdadeiro, porque é possível conhecer pequenas verdades durante a vida, criando progressivamente um quadro de conhecimentos verdadeiros. Professores de universidade que dizem que ninguém conhece a verdade absoluta, querendo justificar o relativismo, estão de sacanagem ou nunca pensaram no assunto. Nos dois casos estão usando seu cargo ilegitimamente.

"Deus dá o que pedimos ou dá mais"

"Deus dá o que nós pedimos ou dá mais" disse S. Bernardo de Claraval. Se pedimos para ganhar na MegaSena e não ganhamos, tenhamos certeza de que estamos ganhando mais, porque podemos estar tentando fugir da nossa cruz, que são o trabalho e os afazeres diários, que nos farão homens e mulheres desenvolvidos.