quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Momentos da votação do PLN 36/2014 na Câmara, dias 03 e 04/12/2014

Momentos da votação do PLN 36/2014 na Câmara 03/12/2014
Falar de corrupção, no governo do PT, é anacronismo, porque corrupção existe quando há uma normalidade, isto é, quando tudo está funcionando normalmente e surgem, como exceção, casos de ilegalidade. Com o PT, porém, a corrupção virou normalidade. Ronaldo Caiado está dizendo que a presidente Dilma Rousseff será a primeira na história mundial a contabilizar propina.
O Aécio Neves levantou a voz contra as vaias dos petistas, que não guardavam silêncio enquanto o senador falava. Aécio está bastante combativo e muito mais inflamado. Só que eu gostaria de ouvi-lo falar do Foro de São Paulo. Teria sido interessante também, se ele tivesse levantado a voz assim contra a Dilma, nos debates presidenciais, fazendo doer os ouvidos dela com as verdades sobre o Foro. Meus votos é que ele continue fazendo oposição e a faça cada vez com mais intensidade.
Aloysio Nunes foi direto ao ponto, dizendo que interpretações keynesianas fajutas, lorotas e lorotas, devem ser rejeitadas, porque o ponto central em jogo é que a Dilma cometeu o crime de responsabilidade orçamentária, gastando mais do que deveria, e está agora querendo se livrar das punições da lei. Qualquer cidadão, se incorreu em ilegalidade, deverá pagar por seus crimes. Por que então a presidente poderia mudar a lei? Tanto mais que a suas atitudes têm caráter pedagógico para a sociedade.
Onyx Lorenzoni foi também preciso: o que o PT quer é deixar para o criminoso decidir o que é crime e o que não é. Como disse Lorenzoni, é surreal. Não se remove a lei, mas se cumpre. “Aprovar esse projeto será legitimar a irresponsabilidade”, disse, ao que fez coro outro deputado depois.
O Dep. Antonio Imbassahy ressaltou o valor de 700 e tanto mil reais que a Dilma estava oferecendo a cada deputado para que pudessem anistiá-la do crime.
O requerimento foi aprovado na Câmara dos Deputados. Houve certa confusão por causa dos procedimentos adotados. Passou ao Senado. O Dep. Onyx Lorenzoni afirmou que os números fornecidos pelo presidente Renan Calheiros correspondiam à totalidade da casa, mas não estavam ali todos.
Depois de questionamentos, Renan Calheiros levou uma aula de Roberto Caiado e outros. Depois de uma explicação técnica, o presidente acatou a fala de Caiado.
A confusão reinou daí em diante. Teve até um deputado que reclamou do frio, que o lugar estava como um polo norte, um gelo e que isso era importante dizer. Outro deputado veio em contrário e disse: “Um gaúcho reclamou da temperatura, imagina os nordestinos!”
Momentos de gracejos à parte, uma fala recorrente dos esquerdistas dizia que a oposição ainda estava presa às eleições. Eles estão interpretando questões de ordem e a consideração da seriedade da questão, assim como a gravidade do que fez a Dilma, como questões eleitorais.
A questão me parece muito simples: há uma lei, a Dilma descumpriu a lei. A Dilma fez coisa errada e merece punição. Todas as demais conversações são laterais.
O Dep. Domingos Sávio (PSDB – Minas Gerais) foi muito claro e firme no seu posicionamento a respeito do requerimento de votação nominal, assim como na sua postura no decorrer do processo da votação. Perante toda a pressão governista sobre ele, para que não usasse seu tempo como líder, soube encará-la e resisti-la bravamente.
O PT votou contra o requerimento de votação nominal, expressando assim que não quer que o povo brasileiro saiba o nome de quem votou em quê.
Um deputado apontou também que aprovar o PLN 36/2014, que libera a presidência de sua responsabilidade perante a lei, é abrir precedente para que os governadores e os prefeitos também façam o mesmo.
O Sen. Randolfe Rodrigues (PSOL), com gestos grandes e cortantes, com fala enrouquecida, buscando ser enfática, disse, disse, mas não disse nada, repetindo as mesmas palavras duas ou três vezes na mesma frase.
O Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), apesar do nome, estava em efeito matrix, isto é, lento e devagar. Alguém deu um aparte invocando o estatuto do idoso.
O Dep. Mendonça Filho sugeriu que a presidente Dilma Rousseff, que convocou a mídia para fazer seus pronunciamentos partidários, convocasse agora o rádio e a televisão para pedir desculpas pelas mentiras que disse ao povo brasileiro.
O substitutivo foi aprovado na Câmara dos Deputados.
Falaram de superávit negativo, o que, para mim, é o mesmo que subir para baixo, crescer para menos.

Por fim, o projeto foi aprovado. Eis mais um caso de impunidade, num país de mensalões, petrolões e demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário