Momentos da votação do PLN 36/2014 na Câmara 03/12/2014
Falar de
corrupção, no governo do PT, é anacronismo, porque corrupção existe quando há
uma normalidade, isto é, quando tudo está funcionando normalmente e surgem,
como exceção, casos de ilegalidade. Com o PT, porém, a corrupção virou
normalidade. Ronaldo Caiado está dizendo que a presidente Dilma Rousseff será a
primeira na história mundial a contabilizar propina.
O Aécio
Neves levantou a voz contra as vaias dos petistas, que não guardavam silêncio
enquanto o senador falava. Aécio está bastante combativo e muito mais
inflamado. Só que eu gostaria de ouvi-lo falar do Foro de São Paulo. Teria sido
interessante também, se ele tivesse levantado a voz assim contra a Dilma, nos
debates presidenciais, fazendo doer os ouvidos dela com as verdades sobre o
Foro. Meus votos é que ele continue fazendo oposição e a faça cada vez com mais
intensidade.
Aloysio
Nunes foi direto ao ponto, dizendo que interpretações keynesianas fajutas,
lorotas e lorotas, devem ser rejeitadas, porque o ponto central em jogo é que a
Dilma cometeu o crime de responsabilidade orçamentária, gastando mais do que
deveria, e está agora querendo se livrar das punições da lei. Qualquer cidadão,
se incorreu em ilegalidade, deverá pagar por seus crimes. Por que então a
presidente poderia mudar a lei? Tanto mais que a suas atitudes têm caráter
pedagógico para a sociedade.
Onyx
Lorenzoni foi também preciso: o que o PT quer é deixar para o criminoso decidir
o que é crime e o que não é. Como disse Lorenzoni, é surreal. Não se remove a
lei, mas se cumpre. “Aprovar esse projeto será legitimar a irresponsabilidade”,
disse, ao que fez coro outro deputado depois.
O Dep. Antonio Imbassahy
ressaltou o valor de 700 e tanto mil reais que a Dilma estava oferecendo a cada
deputado para que pudessem anistiá-la do crime.
O requerimento foi aprovado
na Câmara dos Deputados. Houve certa confusão por causa dos procedimentos
adotados. Passou ao Senado. O Dep. Onyx Lorenzoni afirmou que os números
fornecidos pelo presidente Renan Calheiros correspondiam à totalidade da casa,
mas não estavam ali todos.
Depois de questionamentos,
Renan Calheiros levou uma aula de Roberto Caiado e outros. Depois de uma
explicação técnica, o presidente acatou a fala de Caiado.
A confusão reinou daí em
diante. Teve até um deputado que reclamou do frio, que o lugar estava como um
polo norte, um gelo e que isso era importante dizer. Outro deputado veio em
contrário e disse: “Um gaúcho reclamou da temperatura, imagina os nordestinos!”
Momentos de gracejos à
parte, uma fala recorrente dos esquerdistas dizia que a oposição ainda estava
presa às eleições. Eles estão interpretando questões de ordem e a consideração
da seriedade da questão, assim como a gravidade do que fez a Dilma, como questões
eleitorais.
A questão me parece muito
simples: há uma lei, a Dilma descumpriu a lei. A Dilma fez coisa errada e
merece punição. Todas as demais conversações são laterais.
O Dep. Domingos Sávio (PSDB –
Minas Gerais) foi muito claro e firme no seu posicionamento a respeito do
requerimento de votação nominal, assim como na sua postura no decorrer do
processo da votação. Perante toda a pressão governista sobre ele, para que não
usasse seu tempo como líder, soube encará-la e resisti-la bravamente.
O PT votou contra o
requerimento de votação nominal, expressando assim que não quer que o povo
brasileiro saiba o nome de quem votou em quê.
Um deputado apontou também
que aprovar o PLN 36/2014, que libera a presidência de sua responsabilidade
perante a lei, é abrir precedente para que os governadores e os prefeitos
também façam o mesmo.
O Sen. Randolfe Rodrigues (PSOL), com gestos grandes e cortantes, com fala enrouquecida, buscando ser
enfática, disse, disse, mas não disse nada, repetindo as mesmas palavras duas
ou três vezes na mesma frase.
O Senador Flexa Ribeiro
(PSDB/PA), apesar do nome, estava em efeito matrix, isto é, lento e devagar.
Alguém deu um aparte invocando o estatuto do idoso.
O Dep. Mendonça Filho
sugeriu que a presidente Dilma Rousseff, que convocou a mídia para fazer seus
pronunciamentos partidários, convocasse agora o rádio e a televisão para pedir
desculpas pelas mentiras que disse ao povo brasileiro.
O substitutivo foi aprovado
na Câmara dos Deputados.
Falaram de superávit
negativo, o que, para mim, é o mesmo que subir para baixo, crescer para menos.
Por fim, o projeto foi
aprovado. Eis mais um caso de impunidade, num país de mensalões, petrolões e
demais.
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