domingo, 13 de setembro de 2015

Se o Rio de Janeiro é um paraíso...

Em 2009, estive no Rio de Janeiro, para participar de um evento nacional de estudantes de Letras - o ENEL, que bem podia chamar-se, por conta da pauta de assuntos das reuniões e por causa de certa festa, de ANAL. Fui muito crédulo de que se tratava de evento sério, importante para a formação intelectual do estudante, mas eu nunca vi, confesso, tanta gente da pá (e do traseiro também) virada, como naquele lugar. Eu deveria ter imaginado. O tema, desde o início, era "Nem totens nem tabus", mas a minha inocência impediu-me de ver o óbvio. No meio dessa zona - olha só, teve um dia específico para a veadagem, no qual vi homens barbudos saírem de mãos dadas com outros na maior naturalidade do mundo - encontrei um grupo de evangélicos que fazia cultos ali, perto da venda de livros (ah, não falei, o evento aconteceu na UFF, durante uma semana inteira). Foi uma alegria imensa poder adorar a Deus, tocar violão, ouvir pregações, enquanto a baitolice corria fantasmagórica o campus da universidade. Entretanto, o que mais valeu a pena foi sair pelas ruas da capital e conhecer essa cidade maravilhosa: o Selarón fez uma coisa muito bacana com a escadaria de que ele cuida, onde tem seu atelier, o bondinho é demais correndo pelos trilhos das ruas de Machado de Assis, as ruínas em que fui e o teatro exótico que lá se representou, a barca entre Niterói e a capital, a ponte Rio-Niterói, o Theatro Municipal, o Odeon (!), que eu conhecia só por causa da música de mesmo nome, o Banco do Brasil, a Igreja da Candelária em que eu entrei - porca miséria! - como um turista que sai tirando fotos e só percebe que está num lugar de oração quando olha para o lado e vê senhores e senhoras rezando, Copacabana, o Arpoador, a Lapa e, por fim, a Confeitaria Colombo, que, quando ouvi falar, não tive o menor constrangimento, pensando que iria sentar numa banqueta e comer umas rosquinhas açucaradas, mas que, na verdade, é um lugar suntuoso, com espelhos cobrindo as paredes, garçons muito bem paramentados, piano ao vivo, lustre no teto e uma velha reclamando, na mesa do lado, que um lanche tinha dado R$ 100,00, tudo muito bom. Entrei de bermuda, chinelo e pé sujo e só fiz isso porque estava com vários outros universitários e ninguém ia notar muito em mim. Conhecer o Rio foi uma coisa maravilhosa, que me deixou com uma grande vontade de voltar um dia, com mais calma, mais tempo. Espero que muito em breve eu esteja novamente por lá, quanto mais agora que eu tenho um motivo para lá de especial. Qual? Eita curiosidade! Não direi, meu amigo, só desejo lembrar que, se o Rio é um paraíso, a minha costela está me esperando. Passar bem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário