Na conversação, a virtude máxima é a sobriedade. A conversação é uma
grande oportunidade de estabelecer amizades, de comunicar ideias, de
desenvolver a capacidade de expressar os pensamentos de maneira clara, seja
quanto à dicção, seja na própria composição das frases. Não se deve fazer
analogias forçadas, saltando de um assunto para outro através de ligações muito
tênues. É preciso conversar sobre o que se fala, evitando o excesso, pois os
outros interlocutores também querem participar. Não se deve perguntar coisas
muito íntimas nem expor gratuitamente a própria vida. Brincadeiras e gracejos
têm o seu lugar, mas devem ser utilizados com moderação, se o interlocutor der
abertura. Ao se discordar de alguma ideia, é preciso fazê-lo com respeito e
delicadeza e, quando se precisa interromper alguém que conta uma história por
causa de uma necessidade urgente, deve-se despedir-se mostrando seu desagrado
em partir e não poder ouvir o resto da conversa.
Essas e
outras dicas foram dadas por Mário Ferreira dos Santos no livro Práticas de
Oratória, mas ele estava falando, evidentemente, de conversações em
circunstâncias normais, entre pessoas respeitáveis, pois hoje em dia certas
conversas só podem ser terminadas com palavrões e desaforos.
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